Captação dos fundos de investimentos em 2019 já é a segunda maior da história, segundo dados da Anbima; carteiras de ações lideram
SÃO PAULO – A realocação de investimentos dos brasileiros, em resposta à queda dos juros no país, segue a pleno vapor. Um dado que mostra esse movimento é a quantidade de dinheiro novo que vem entrando nos fundos de investimento.
No ano até novembro, esse veículos já registraram entrada líquida (captações menos resgates) de R$ 228,1 bilhões, bem acima dos R$ 69 bilhões de igual período de 2018, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Se continuar nesse nível, essa será a segunda maior captação líquida da série histórica.
Para quebrar o recorde de 2017, quando houve captação de quase R$ 264 bilhões, é preciso que os fundos consigam mais R$ 35,7 bilhões em dezembro. Para isso, teriam que repetir resultados semelhantes aos obtidos em maio e setembro deste ano, quando tiveram entradas nesse patamar.
Segundo Carlos André, vice-presidente da Anbima, os números evidenciam a maior procura pelos serviços de gestores profissionais, em um ambiente em que os rendimentos da renda fixa passam a ser considerados insuficientes em relação ao passado.
“Dá para assumir com algum grau de certeza que os juros irão continuar em um patamar baixo em relação ao histórico e essa perspectiva de manutenção é um componente importante da indústria de fundos”, diz, acrescentando que os fundos de previdência privada devem ser um destaque do mercado nos próximos anos. “Acabamos de aprovar a reforma e esse é um tema que surgiu como prioritário para a sociedade. Isso deve gerar um direcionamento de recursos [para esse fundos]”.